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Mostrando postagens de março, 2018

O Mecanismo – breves apontamentos

O cinema é uma arma política. Disso é bom que ninguém tenha dúvidas. Uma série como essa num momento como este tem um significado político muito grande. Para aqueles que acreditam que cinema é mero entretenimento está de ingenuidade no jogo do poder. O cinema não é neutro, como nenhuma arte ou ciência pode ser. Ele serve, de um modo geral, a um determinado fim, qual seja, os objetivos centrais da classe dominante. Nesse sentido, o cinema reforça o status quo. Por outro lado ele pode ser uma ferramenta que resista ao que está estabelecido e por isso luta para desestabilizar a ordem ao passo que defende um projeto revolucionário não dissimulando os antagonismos, motor da luta de classes. O que envolve a indústria na sua quase totalidade serve para reforçar o que está estabelecido, ainda que pareça carregar certo teor crítico. O cinema industrial também tem sua cara progressista, mas o pior é quando a direita propriamente dita se apropria dessa ferramenta invertendo as pautas na def

O estado democrático e a emancipação proletária

Uma questão importante de pensarmos é: o estado democrático de direito é a condição social sem o qual seria impossível o avanço das lutas populares e a sua consequente organização? Ou na ausência dele as condições reais operariam na construção de um poder popular?              Em primeiro lugar não se deve descartar que a classe trabalhadora somente pode organizar-se em condições favoráveis a nível material de subsistência. Ou seja, ela deve resolver problemas de primeira ordem para que possa atuar enquanto classe. Mas não são apenas as condições materiais que favorece a sua organização autônoma. Sem um movimento de conscientização, a classe permanece em sua condição de dependência com relação à classe dominante. Essa conscientização não nasce nos partidos políticos de uma forma geral, tampouco do estado. Tudo o que o estado e os partidos fazem é lutar contra o rompimento da legalidade burguesa e os seus possíveis benefícios. Dessa forma não há espaço para os trabalhadores construírem

O fim das ilusões

O caso recente do assassinato da vereadora Marielle Franco coloca mais uma vez uma série de questões importantes a serem avaliadas para que compreendamos corretamente o ocorrido e tracemos planos que de fato gere lastro e contamine toda a sociedade em prol de lutas populares através de greves, ocupações, passeatas, ações pontuais e um trabalho de base constante, sistemático, necessário principalmente nas periferias do país. Sem qualquer demagogia, na ausência de um percurso programático na direção de um rompimento radical com a lógica de funcionamento do mercado e da burocracia não haverá construção de uma sociedade horizontal. O nome disso é luta social contra o capital. Momentos de dor como este que vivemos podem ser um estopim para movimentações mais amplas, de massa. Mas pode também ser instrumentalizado ou canalizado a uma luta burocrática legalista inofensiva. Não nos espanta, então, que o próprio partido de Marielle tenha uma posição altamente recuada com relação ao problema