Já há todo um estudo sobre o MBL. Não nos deteremos em sua curta história que basicamente é marcada por defender a sobrevivência do capitalismo custe o que custar. Nos interessa pensar, sobretudo, o seu combate. Dizer que o MBL não promove qualquer debate é um exagero. No entanto, a construção do seu discurso está pautado na reafirmação dos interesses de setores mais abastados. Seus quadros foram financiados e preparados por think thanks, pelo capital privado.
Ao apropriarem-se do debate público acabam por defender não só os interesses de classe da burguesia, mas em todo um conjunto de valores e práticas que busca desesperadamente o protagonismo, seja na internet ou na vida política pública e para isso usam de todos os meios possíveis e inimagináveis da ordem do intolerável se pensarmos na construção de uma sociedade que minimamente respeite o outro.
O fato de terem ganhado destaque na opinião e na construção de uma narrativa absolutamente pró-mercado colocando em total descrédito qualquer outro modelo social e econômico é uma forma de convencer a partir de uma certa credibilidade artificial, pois dificilmente suas teses se comprovam verdadeiras historicamente a não ser por enormes malabarismos retóricos.
Ainda que construam filmes como os produzidos pelo Brasil Paralelo, a sua história é contada pelos dominadores, patrões, empresários, capitalistas. Para isso, usam e abusam de um revisionismo hard contando coisas da ordem do inacreditável e quando não encontram espaço para tamanho afastamento da realidade tacham o outro das mais vis denominações construindo aquilo que dizem mais rejeitar: o vitimismo.
Constroem a si como tolerantes e democráticos, mas está ausente qualquer forma de alteridade principalmente com os mais pobres que dizem absurdamente defender. Esse malabarismo já está mais que evidente para o conjunto das esquerdas. O que deve nos assustar é que o protagonismo da violência legítima contra militantes do MBL esteja sendo promovido apenas pelo PCO, que inclusive debatem exaustivamente o assunto para não cair na histeria do pacificismo independente das condições colocadas. Não há porque aceitar militantes do MBL em manifestações como as que vêm sendo construídas no tocando às lutas pela educação.
O MBL é contra a educação ou contra qualquer possibilidade da universalização de uma educação de excelência de caráter público que beneficie classes que historicamente sequer pisaram lá dentro. Ademais, a função do MBL nas manifestações é descredibilizar e ridicularizar os argumentos e pautas dos manifestantes corroborando todo um ódio de classe geralmente destinado à anulação do avanço popular. Seu ódio é música para os ouvidos do fascismo.
Se o MBL está nas manifestações para promover a criminalização dos movimentos, partidos, estudantes, professores, etc., então é absolutamente legítimo e necessário o uso da violência contra suas práticas. Não deixar que o fascismo ecoe e construa suas narrativas é o primeiro passo para o seu combate. Não é legítimo incitar a população contra ela mesma. É necessário politizar os debates dando qualidade a eles sem barrar a luta popular. O MBL é inimigo da classe trabalhadora e não é bem-vindo em nossas manifestações.
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